Prefeitura antecipa terceirização da UPA de Serra-sede e gera insatisfação

Servidores expressam preocupações sobre a terceirização

Durante a reunião, os servidores da UPA de Serra-sede expressaram suas preocupações em relação à antecipação da terceirização. Eles relataram que a mudança, que ocorrerá dois meses antes do previsto, pode afetar a qualidade do atendimento prestado à população. A técnica de enfermagem Magda Cristina, conselheira da unidade, destacou que a decisão foi tomada sem consulta pública e sem uma avaliação técnica adequada sobre os impactos que isso pode ter na assistência médica.

Os profissionais de saúde, membros do Conselho Local de Saúde (CLS) e do Conselho Municipal de Saúde (CMS), questionaram a falta de transparência por parte da gestão municipal. Eles temem que a terceirização priorize o lucro em detrimento da qualidade do serviço, o que pode resultar em uma precarização do atendimento. “A população ainda não sabe, mas quando souber, vai haver revolta. Isso é um retrocesso”, afirmou Magda, ressaltando que a empresa que assumir a gestão pode não ter o mesmo compromisso com a qualidade do atendimento que os servidores atuais.

Além disso, os trabalhadores alertaram sobre a possibilidade de demissões e mudanças nas escalas de trabalho, o que pode impactar diretamente suas vidas e a qualidade do atendimento oferecido na UPA. A comissão de trabalhadores tentou uma reunião direta com o prefeito, mas se encontrou apenas com a secretária e o coordenador de governo, o que gerou ainda mais descontentamento entre os servidores.

Impactos da terceirização na qualidade do atendimento

A UPA de Serra-sede, atualmente a única sob gestão direta da Prefeitura, é conhecida por oferecer um atendimento de qualidade à população. No entanto, a mudança para um modelo de terceirização levanta sérias preocupações sobre os impactos que isso pode ter na qualidade dos serviços prestados.

Os servidores alertam que a terceirização pode resultar em cortes de gastos, o que afetaria diretamente a disponibilidade de serviços essenciais. Por exemplo, a unidade é a única que oferece medicação intravenosa com soro, atendimento por telemedicina e distribuição de medicamentos diretamente na farmácia da UPA. Com a nova gestão, há o risco de que esses serviços sejam reduzidos ou até mesmo eliminados, comprometendo a assistência aos pacientes.

Além disso, a mudança na carga horária dos trabalhadores, que atualmente é de 12 horas de trabalho por 60 de descanso, pode ser alterada para 12 por 36, o que não só impactaria a rotina dos profissionais, mas também poderia afetar a qualidade do atendimento, uma vez que uma escala mais apertada pode levar ao desgaste físico e emocional dos funcionários.

Os trabalhadores e conselheiros de saúde temem que a nova gestão priorize a redução de custos em vez de focar na qualidade do atendimento, o que poderia resultar em um retrocesso significativo nos serviços de saúde oferecidos à comunidade. “A população merece um atendimento de qualidade, e essa mudança pode colocar isso em risco”, concluiu Magda Cristina, enfatizando a necessidade de uma discussão mais ampla sobre a terceirização e seus efeitos.