Polícia Federal cumpre mandados contra empresários e servidor público por desvio
Polícia Federal realiza operação contra desvio de verba da saúde no ES, cumprindo mandados em várias cidades e investigando empresários e servidor público.

Foto: Divulgação/ Policia Federal
A Operação Anomia da Polícia Federal no Espírito Santo desmantelou um esquema de corrupção no setor hospitalar, onde empresários e um servidor público pagavam propinas de 10% em licitações para garantir contratos superfaturados e facilitavam a venda de medicamentos sem registro.
A operação resultou no bloqueio de R$ 3,8 milhões em bens e os acusados podem enfrentar penas superiores a 20 anos de prisão, enquanto a Secretaria de Saúde já desligou o servidor envolvido e realiza auditorias para aumentar a transparência nas compras.
Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Federal desencadeou a Operação Anomia para investigar fraudes e desvio de dinheiro público na área da saúde no Espírito Santo. A ação, que contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), resultou no cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão em diversas cidades capixabas, além de endereços no Rio de Janeiro e São Paulo.
Esquema de corrupção na saúde capixaba
A investigação da Polícia Federal revelou um esquema complexo de corrupção envolvendo empresários do setor hospitalar e um servidor público da saúde no Espírito Santo.
De acordo com as apurações, os empresários pagavam propinas de 10% sobre os valores empenhados em licitações para garantir contratos superfaturados e obter vantagens em processos licitatórios.
O servidor investigado facilitava esses esquemas, permitindo que os fornecedores utilizassem a central de abastecimento farmacêutico do hospital como uma extensão de seus estoques particulares. Isso possibilitava a retirada de materiais sem registro, que eram revendidos a outros clientes, gerando um prejuízo significativo aos cofres públicos.
Além das fraudes em licitações, a investigação também descobriu que os empresários usavam a central de abastecimento para armazenar e redistribuir medicamentos a outros clientes. A unidade comprava remédios sem necessidade, resultando em estoques que acabavam perdendo a validade.
Há indícios de que algumas notas fiscais foram emitidas sem que os produtos fossem efetivamente entregues, evidenciando a gravidade das irregularidades.
Consequências da Operação Anomia
A Operação Anomia trouxe à tona um esquema de corrupção que não apenas prejudicou a saúde pública, mas também resultou em consequências legais severas para os envolvidos.
As investigações, que começaram em 2024, identificaram trocas de mensagens suspeitas entre empresários e o servidor público, levando a Justiça a determinar o bloqueio de R$ 3,8 milhões em bens dos suspeitos, um valor que representa as propinas pagas no esquema.
Os acusados enfrentam a possibilidade de responder por crimes graves, como corrupção, fraude em licitações, peculato e associação criminosa. As penas combinadas para esses delitos podem ultrapassar 20 anos de prisão, refletindo a seriedade das acusações e a necessidade de punição para coibir práticas corruptas.
A Secretaria de Estado da Saúde (SESA) já se manifestou, informando que o servidor investigado foi desligado de suas funções em 2024, assim que as primeiras denúncias surgiram. Além disso, a pasta implementou auditorias nos processos de compra de medicamentos, buscando garantir mais transparência e evitar novas irregularidades no futuro.
Com a Operação Anomia, a Polícia Federal reafirma seu compromisso em combater a corrupção e proteger os recursos públicos, assegurando que ações como essa não fiquem impunes e que a saúde da população capixaba seja preservada.
