João Carlos Moura é demitido e faz graves acusações ao Capixaba
João Carlos Moura é demitido e acusa presidente do Capixaba de interferir nas escalações.

João Carlos Moura é demitido e faz graves acusações ao Capixaba - Foto: Divulgação/Atlético CE
João Carlos Moura, o técnico demitido do Capixaba, fez sérias acusações contra o presidente do clube, Daniel Costa, afirmando que houve interferência nas escalações e irregularidades trabalhistas.
Motivos da Demissão
A demissão de João Carlos Moura do Capixaba ocorreu em um contexto conturbado. O clube anunciou a saída do técnico na última sexta-feira (12), alegando inicialmente a falta de resultados na pré-temporada como justificativa. No entanto, essa versão foi rapidamente contestada por Moura, que afirmou ter pedido demissão devido a interferências diretas do presidente nas escalações.
O treinador, que ficou menos de um mês no cargo, relatou que a pressão para incluir jogadores específicos em amistosos foi um fator decisivo para sua saída. Ele mencionou que, durante um jogo-treino contra o Vilavelhense, o presidente Daniel Costa alterou a convocatória, desconsiderando suas escolhas como técnico.
Além disso, Moura destacou que a falta de um contrato formal e o não cumprimento de promessas relacionadas ao visto de trabalho e registro na carteira de trabalho contribuíram para sua decisão. Ele alegou que, apesar de ter sido prometido um contrato de um ano, nunca recebeu tal documento, o que caracteriza irregularidades trabalhistas.
Essa situação gerou um clima de instabilidade no clube, que se prepara para a estreia no Campeonato Estadual 2025. A demissão de Moura, sem que ele tenha sequer estreado na competição, levanta questões sobre a gestão do Capixaba e a relação entre a diretoria e a comissão técnica.
Acusações de Interferência
João Carlos Moura não hesitou em expor suas preocupações sobre a interferência do presidente Daniel Costa nas decisões do time. Em uma entrevista ao portal Globo Esporte, ele relatou que, durante sua breve passagem pelo clube, o presidente exigiu a inclusão de determinados jogadores nas escalações, o que, segundo Moura, comprometeu sua autoridade como técnico.
O treinador mencionou um episódio específico em que, antes de um amistoso contra o Vilavelhense, Daniel Costa discordou de sua escalação e fez alterações na convocatória. “Ele quis fazer uma obrigação de determinados atletas jogarem e eu sou totalmente contra isso”, afirmou Moura, evidenciando a tensão entre sua visão de jogo e as imposições da diretoria.
Além das mudanças nas escalações, Moura também levantou questões sobre irregularidades trabalhistas, afirmando que nunca teve um contrato formalizado e que o clube não cumpriu promessas relacionadas ao seu visto de trabalho. Ele ressaltou que, apesar de ter trabalhado por mais de dez dias, o vínculo empregatício não foi reconhecido pelo clube, o que, segundo ele, é uma violação da legislação brasileira.
Essas acusações de interferência não apenas mancharam a imagem do presidente, mas também levantaram dúvidas sobre a gestão do Capixaba, especialmente em um momento crítico, com a estreia no Campeonato Estadual se aproximando. A situação evidencia a necessidade de uma estrutura mais clara e respeitosa entre a diretoria e a comissão técnica para evitar conflitos que possam prejudicar o desempenho da equipe.
Resposta do Presidente Daniel Costa
Em resposta às acusações feitas por João Carlos Moura, o presidente do Capixaba, Daniel Costa, defendeu sua posição e esclareceu os fatos em uma declaração à imprensa. Costa afirmou que Moura foi informado desde o início sobre o funcionamento do clube como um clube-empresa, onde as decisões são tomadas em conjunto e com base em critérios administrativos.
Sobre as alegações de interferência nas escalações, o presidente garantiu que apenas fez questionamentos sobre as escolhas do técnico, sem impor mudanças. Ele destacou que seu papel é o de supervisionar e garantir que a equipe esteja alinhada com os objetivos do clube, mas que nunca determinou diretamente quem deveria ou não jogar.
Daniel Costa também abordou a questão do contrato de Moura, afirmando que o técnico foi informado sobre o período de experiência de 30 dias, que foi acordado antes da contratação. Segundo ele, essa fase é comum em clubes de futebol e serve para avaliar a compatibilidade entre o treinador e a equipe.
Além disso, o presidente mencionou que a falta de licença da CBF para Moura atuar no Brasil foi um dos fatores que contribuíram para a decisão de demiti-lo. Costa afirmou que a legislação brasileira exige que os treinadores possuam a documentação adequada para exercer a função, e que essa questão foi considerada na avaliação do desempenho do técnico.
Com a demissão de Moura, Daniel Costa reafirmou seu compromisso com a transparência e a legalidade nas operações do Capixaba, prometendo que o clube continuará a trabalhar para garantir um ambiente profissional e respeitoso para todos os envolvidos.
