Volta às aulas: Proibição do celular para 400 mil alunos no ES

Proibição do celular nas escolas do ES impacta 400 mil alunos; entenda as novas regras e objetivos da medida.

Jornal da Serra, ES

O retorno às aulas nesta semana traz uma mudança significativa para mais de 400 mil alunos da rede pública e privada do Espírito Santo. Com a nova lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula, durante intervalos e recreios, os estudantes terão que se adaptar a essa nova realidade. A medida, sancionada em janeiro, visa promover um ambiente escolar mais saudável e equilibrado, priorizando a saúde mental dos alunos.

Mudanças na legislação sobre o uso de celulares

A nova legislação, sancionada em janeiro de 2025, estabelece regras claras sobre o uso de celulares nas escolas do Espírito Santo. De acordo com a lei nº 15.100/2025, o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais é proibido durante as aulas, recreios e intervalos.

Essa mudança abrange todos os níveis da educação básica, desde a pré-escola até o ensino médio.

O principal objetivo da lei é proteger a saúde mental e física dos estudantes, criando um ambiente escolar mais propício ao aprendizado. As escolas têm autonomia para decidir como implementar a nova norma, podendo organizar o armazenamento e controle do uso dos celulares em conjunto com as famílias e alunos.

Além disso, a legislação permite o uso de celulares apenas para fins pedagógicos, conforme a orientação dos professores. Isso significa que, em situações específicas, os alunos poderão utilizar seus dispositivos para atividades didáticas, mas não como uma forma de distração.

Com essa mudança, espera-se que as instituições de ensino adotem práticas que promovam a interação social e o desenvolvimento de habilidades interpessoais, uma vez que o uso excessivo de celulares tem sido associado a problemas de saúde mental entre os jovens.

Objetivos da proibição do celular nas escolas

A proibição do uso de celulares nas escolas do Espírito Santo tem como principais objetivos garantir um ambiente educacional mais saudável e produtivo para os alunos.

Entre as metas estabelecidas pela nova legislação, destacam-se:

  • Saúde Mental: A medida visa combater o aumento de problemas de saúde mental entre os estudantes, como ansiedade e depressão, que têm sido exacerbados pelo uso excessivo de dispositivos móveis.
  • Foco no Aprendizado: Ao restringir o uso de celulares, a intenção é promover uma maior concentração nas atividades escolares, permitindo que os alunos se dediquem mais às aulas e interajam de forma mais efetiva com seus colegas e professores.
  • Desenvolvimento de Habilidades Sociais: A proibição do celular durante o horário escolar busca incentivar a socialização e o desenvolvimento de habilidades interpessoais, fundamentais para a formação dos jovens.
  • Educação Digital Responsável: A legislação também tem o objetivo de educar os alunos sobre o uso responsável da tecnologia, ensinando-os a utilizar dispositivos móveis de forma adequada e com uma intencionalidade pedagógica clara.

Esses objetivos refletem uma preocupação crescente com o bem-estar dos estudantes e a qualidade do ensino, buscando criar um ambiente que favoreça o aprendizado e a saúde emocional dos jovens.

Reações de educadores e especialistas

A proibição do uso de celulares nas escolas do Espírito Santo gerou diversas reações entre educadores e especialistas em educação. Muitos veem a medida como um passo positivo para melhorar o ambiente escolar, enquanto outros expressam preocupações sobre a implementação e os desafios que podem surgir.

Educadores como a secretária municipal de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, destacam que a lei é uma resposta necessária ao aumento de problemas de saúde mental entre os alunos. Ela afirma que a “desintoxicação” do uso excessivo de celulares é fundamental e que as escolas devem oferecer alternativas, como brincadeiras tradicionais, para manter os alunos engajados durante os intervalos.

Por outro lado, especialistas em neuroeducação, como Janaina Spolidorio, alertam que a transição pode ser desafiadora. Ela menciona que muitos alunos são dependentes dos celulares e podem apresentar resistência à nova regra, além de possíveis episódios de ansiedade durante o período de adaptação.

Além disso, educadores como Mário Broetto, diretor do Centro Educacional Leonardo da Vinci, ressaltam que a proibição já era uma prática em muitas instituições, e a nova lei apenas formaliza essa abordagem. Ele acredita que as escolas devem encontrar formas criativas de implementar a norma sem transformar os professores em fiscais de celulares.

Em suma, as reações refletem um consenso sobre a necessidade de um ambiente escolar mais saudável, mas também apontam para a importância de uma implementação cuidadosa e bem planejada da nova legislação.

Como as escolas estão se adaptando às novas regras

As escolas do Espírito Santo estão se mobilizando para se adaptar às novas regras estabelecidas pela lei que proíbe o uso de celulares durante as aulas, recreios e intervalos. Cada instituição está desenvolvendo estratégias específicas para garantir a implementação eficaz da norma.

Na rede pública, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) informou que as aulas retornam com a aplicação imediata da nova legislação. As escolas têm autonomia para decidir como organizar o armazenamento dos celulares, podendo optar por caixas ou locais específicos para que os alunos deixem seus aparelhos desligados durante o horário escolar.

Na rede privada, muitas instituições já possuíam regras semelhantes, mas agora estão formalizando essas práticas. Por exemplo, na Escola Madan, os alunos devem manter os celulares desligados em suas mochilas, e a equipe pedagógica está preparada para orientar os estudantes sobre a nova realidade.

Adaptação das Instituições

O Colégio Marista e o Centro Educacional Leonardo da Vinci também já tinham políticas de proibição do uso de celulares, e a nova lei apenas reforça essas diretrizes. Os diretores dessas instituições afirmam que a adaptação será tranquila, pois já estavam preparados para lidar com a questão.

Além disso, as escolas estão investindo em atividades que promovam a interação social entre os alunos, como jogos e brincadeiras tradicionais, para substituir o tempo que antes era dedicado ao uso de celulares. Essa abordagem visa não apenas cumprir a legislação, mas também enriquecer a experiência escolar dos alunos.

Com essas adaptações, as instituições de ensino buscam criar um ambiente mais focado no aprendizado e na saúde mental dos estudantes, ao mesmo tempo em que garantem a aplicação das novas regras de forma eficaz.

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