Dois jovens foram presos acusados de assassinato na Serra, vinculado a disputas de tráfico de drogas. Entenda o caso e suas implicações.
Jornal da Serra, ES
Na Serra, dois jovens, conhecidos como Menor Bolsonaro e Sombra, foram presos sob a acusação de envolvimento no assassinato de Vinícius da Conceição Amarante de Jesus, de 20 anos. O crime, que ocorreu em outubro do ano passado, está ligado a disputas pelo controle do tráfico de drogas na região e rivalidades entre facções.
O assassinato de Vinícius da Conceição Amarante de Jesus, de 20 anos, ocorreu em 21 de outubro de 2023, no bairro Laranjeiras, na Serra. A Polícia Civil informou que o crime foi resultado de uma disputa territorial entre facções rivais, especificamente entre o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Os suspeitos, Igor Gabriel da Silva, conhecido como Menor Bolsonaro, e Alan Carlos de Souza Elias, apelidado de Sombra, foram identificados como membros do TCP. A investigação revelou que eles planejaram o homicídio com o objetivo de eliminar Vinícius, que supostamente estava vinculado ao PCV.
Na tarde do crime, Igor e Alan saíram de um ponto de tráfico no bairro e avistaram Vinícius na rua Nelson Monteiro. Eles iniciaram uma perseguição armada, e a vítima, ao tentar escapar, foi alcançada e executada no quintal de uma casa próxima. Imagens de câmeras de segurança mostraram os momentos finais de Vinícius, que tentava se refugiar enquanto era perseguido.
O delegado Marcelo Brito, da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), destacou que o bairro possui dois pontos principais de tráfico, controlados por facções rivais. O uso de armas de alto calibre, como uma pistola 9 mm e uma .45, foi um indicativo da gravidade do crime. Vinícius foi atingido por quatro disparos, sendo dois na cabeça e dois no corpo.
As prisões de Igor e Alan ocorreram em momentos diferentes, com Igor sendo capturado em sua residência no bairro Vila Nova de Colares e Alan em dezembro no bairro Divinópolis. Durante a prisão de Igor, foram encontradas munições compatíveis com as armas utilizadas no homicídio, reforçando a ligação dos suspeitos com o crime.
A Serra, uma região marcada por conflitos entre facções criminosas, enfrenta uma intensa guerra pelo controle do tráfico de drogas. A disputa entre grupos como o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Primeiro Comando de Vitória (PCV) tem gerado um clima de tensão e violência, afetando diretamente a vida dos moradores.
No dia do assassinato de Vinícius, relatos de moradores indicaram a imposição de um toque de recolher na área, evidenciando o nível de insegurança e a influência das facções sobre a comunidade. Essa situação não é isolada; a guerra do tráfico na Serra tem se intensificado, com frequentes confrontos entre os grupos rivais.
Os pontos de tráfico na região são controlados por diferentes facções, que utilizam a violência como estratégia para expandir seu domínio. A Rua 15, por exemplo, é um ponto crítico, onde o TCP e o Primeiro Comando da Capital (PCC) disputam o controle, enquanto a Rua Nelson Monteiro é um território do PCV. Essa fragmentação territorial resulta em uma escalada de violência, com assassinatos e tentativas de execução se tornando comuns.
A presença de armas de alto calibre, como pistolas e fuzis, é um reflexo da gravidade da situação. Os conflitos não apenas colocam em risco a vida dos envolvidos, mas também afetam a segurança da população em geral, que vive sob constante ameaça.
As autoridades têm trabalhado para combater essa violência, mas a complexidade do cenário e a resistência das facções dificultam a implementação de soluções eficazes. A guerra do tráfico na Serra é um problema que exige atenção e ação coordenada para restaurar a segurança e a paz na comunidade.
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