Copom inicia reunião e mercado espera aumento da Selic em 1 p.p, elevando a taxa para 13,25% ao ano sob comando de Gabriel Galípolo.
Jornal da Serra, ES
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira, 28, sua primeira reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Sob a liderança de Gabriel Galípolo, a expectativa é que a Selic seja elevada em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano.
O mercado financeiro está em alta expectativa em relação à decisão do Copom sobre a Selic. A maioria dos economistas e instituições financeiras acredita que o aumento de 1 ponto percentual é o caminho mais provável, elevando a taxa de 12,25% para 13,25% ao ano.
Essa expectativa se baseia em análises do cenário econômico atual, que inclui pressões inflacionárias significativas.
As recentes projeções do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, indicam um aumento na expectativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 5,50% em 2025, o que está acima do teto da meta estabelecida pelo BC. O centro da meta é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Os analistas do mercado, como Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, e Marcello Carvalho, da WIT Invest, afirmam que a pressão inflacionária torna o aumento da Selic quase inevitável. A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também compartilha essa visão, prevendo que o Copom manterá a sinalização de aumento nas próximas reuniões.
Além disso, a credibilidade do Banco Central está em jogo. Caso o comitê não cumpra com as expectativas de aumento, isso poderia abalar a confiança do mercado em suas comunicações futuras, o que, por sua vez, afetaria a percepção sobre a capacidade do BC de controlar a inflação.
O aumento da Selic tem impactos diretos e significativos na economia brasileira. Quando a taxa de juros sobe, o custo do crédito também aumenta, o que pode desestimular o consumo e os investimentos. Isso ocorre porque tanto as pessoas quanto as empresas enfrentam taxas mais altas para empréstimos e financiamentos, tornando mais caro adquirir bens e serviços.
Além disso, o aumento da Selic tende a afetar a inflação. Embora a elevação da taxa seja uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, ela pode ter um efeito colateral de desacelerar o crescimento econômico. Com menos consumo e investimento, a atividade econômica pode esfriar, levando a um crescimento mais lento do PIB.
Os setores mais sensíveis a essas mudanças incluem o imobiliário e o de bens duráveis, onde a demanda pode cair rapidamente com o aumento das taxas de juros. Por outro lado, o setor financeiro pode se beneficiar, uma vez que as instituições bancárias tendem a aumentar suas margens de lucro com a elevação das taxas.
Os analistas também alertam que, se a Selic continuar a subir, pode haver um efeito cascata sobre o emprego. Com empresas mais cautelosas em relação a novos investimentos e contratações, a taxa de desemprego pode aumentar, impactando ainda mais o consumo e a confiança do consumidor.
Por fim, o aumento da Selic pode influenciar a taxa de câmbio. Juros mais altos podem atrair investimentos estrangeiros, fortalecendo a moeda local. No entanto, isso também pode tornar as exportações brasileiras menos competitivas no mercado internacional, criando um dilema para a balança comercial.
Seu Portal de Notícias da Região Serrana na Grande Vitória.
Veja mais tópicos nos próximos Stories.